sábado, 27 de março de 2010

Cobaias


BBB e os seus brothers = Ratinhos de laboratório.
E tudo isso dentro da nossa casa (sagrada).
Aí o povo na bobeira grita e berra:
Fora Di Cezar! Fora Dourado!
Fora prateado!
Prefiro um: Fora Boninho!!!

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Eu acompanho o BBB. Torço e até me divirto (quando assito com meus pais então, é uma alegria). Mas de uns dias para uma ficha caiu para mim. É muita manipulação. É uma brincadeira de mal gosto submeter seres humanos a uma exposição, as vezes, tão desumana e sem necessidade. E o pior de tudo é que eles (produção) adoram -no twitter de Boninho, por exemplo, ele deixa explícito que acha o máximo quando o "bicho tá pegando lá dentro", os ânimos estão por um triz e as pessoas estão próxima a se engalfinharem.


Quando falo de ratinhos de laboratório não estou falando mal dos brothers em si. Tem pessoas bem legais alí dentro...cada um com suas qualidades e limitações. O que acho absurdo é o jogo sujo, que muitas vezes vejo por lá, criado pela própria produção (leia-se Boninho). Jogos psicológicos e um tanto maldosos a que as pessoas são submetidas apenas para alimentar a famosa guerra pela audiência.


E a gente nem imagina como deve ser difícil para alguns superar, e reparar, os danos causados a eles, por eles mesmos (tudo isso reforçado pela "força da grana que ergue e destrói coisas belas"). Os que se dão bem a gente vê até hoje (sorte deles), mas e os que saem dali com o filme queimado, com o seu lado "B" exposto de uma forma tão irracional? Quem entra não pensa...quem produz pensa menos ainda.


Fora Boninho, por que ele poderia pegar mais leve.



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E tem mais.


UM FORA BEM GRANDE AOS QUE USAM RATINHOS E QUALQUER OUTRO ANIMAL COMO COBAIAS.
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domingo, 21 de março de 2010

HUMANO HUMANIZADO


Tive a honra de ver o ator baiano Jacskon Costa recitando essa poesia de Carlos Drummond de Andrade. É admirável a criatividade dos dois. Cada um com o seu DOM. Eu fico aqui na torcida para que o bicho-homem (complicado, adorável e perfeitinho) possa alcançar esse grau de sabedoria e espiritualidade de humanização de si mesmo. Ser humano = SER HUMANO.


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O HOMEM; AS VIAGENS


O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

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Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

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Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.

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O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça
junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto repetitório.

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Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol,
falso touro
espanhol domado.

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Restam outros sistemas fora
do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.


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Carlos Drummond de Andrade

sábado, 20 de março de 2010

Do desapego:
"Me escolando para descolar"
Bruno Nunes
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Criatividade

Delicia de dengo de dedos

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domingo, 14 de março de 2010

AMIZADE VERDADEIRA


Ouvindo som no carro, na volta para casa - depois de um dia de diversão e alegria ao lado meu filho e de muitas pessoas queridas - a letra dessa música me chamou a atenção. Na mesma hora afirmei para mim mesma (e para Cíntia que estava dirigindo): Essa vai para o blog.
A canção fala de amizade verdadeira. E, de uns tempos para cá, eu tenho ouvido algumas palavras de sabedoria sobre a importância da gente "ser" um AMIGO VERDADEIRO. "Ter" é importante, claro (tem coisa melhor do que poder contar com um grande amigo? Poder falar um monte de bobagens, pedir colo... desabafar os nossos pensamentos e ações mais descontroladas, e ainda assim ter a certeza de que não seremos julgados?). Mas, "SER UM AMIGO VERDADEIRO", para mim, é um dom dos mais preciosos. É coisa rara. Raríssima de se ver. E para nós, simples mortais cheios de limitações e imperfeições, não é fácil não.
Aí eu pergunto: - Como podemos cobrar a amizade de alguém, se ainda não nos tornamos amigos de verdade? Falo no sentido real, 100% cravado...né brinquedo não.
Dar apoio e dar também um certo limite na medida exata...hummm, vou te contar.
Guardar segredo, com essa língua solta que nós temos, não é pra qualquer um. Ainda vem Mário Quintana e lança essa: "DA DISCRIÇÃO - Não te abras com teu amigo / Que ele um outro amigo tem. E o amigo do teu amigo / Possui amigos também... Vamos segurar a nossa língua minha gente. Eu estou tentando e tem dado certo. O segredo é sagrado!!!
Eu tenho pedras preciosas ao meu redor. Graças a Deus. E a cada dia valorizo ainda mais as pessoas que amo. Busco ter mais paciência, mais respeito e impor limites nas horas certas. Não é fácil não, mas todo mundo sabe que vale a pena. Devagarzinho a gente chega lá.
Essa música suaviza tudo e afirma:
"Amigo é feito casa que se faz aos poucos e com paciência pra durar pra sempre".
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Agora...se você passa a mão na minha cabeça 24 horas por dia, eu desconfio. E não venha reclamar quando eu apontar algum vacilo seu. Só chame a minha atenção se eu for ríspida com você. Quer ser ouvido, mas não tem paciência para me consolar??? Tô caindo fora. E o que é melhor, estou aprendendo a amar de longe. Querer bem sem ter que necessariamente ficar colada. Compartilhar o nosso lar sagrado? Isso é coisa pra diretoria.
A letra nos traz mais algumas pistas.
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AMIGO É CASA

Composição: Capiba / Hermínio Bello De Carvalho

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Amigo é feito casa que se faz aos poucos
e com paciência pra durar pra sempre
Mas é preciso ter muito tijolo e terra
preparar reboco, construir tramelas
Usar a sapiência de um João-de-barro
que constrói com arte a sua residência
há que o alicerce seja muito resistente
que às chuvas e aos ventos possa então a proteger
E há que fincar muito jequitibá
e vigas de jatobá
e adubar o jardim
e plantar muita flor toiceiras de resedás
não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar
que os cabelos brancos vão surgindo
Que nem mato na roceira
que mal dá pra capinar
e há que ver os pés de manacá
cheínhos de sabiás
sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis
choro de imaginar!
pra festa da cumieira não faltem os violões!
muito milho ardendo na fogueira
e quentão farto em gengibre
aquecendo os corações
A casa é amizade construída aos poucos
e que a gente quer com beira e tribeira
Com gelosia feita de matéria rara
e altas platibandas, com portão bem largo
que é pra se entrar sorrindo
nas horas incertas
sem fazer alarde, sem causar transtorno
Amigo que é amigo quando quer estar presente
faz-se quase transparente sem deixar-se perceber
Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar,
se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer
Amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha
e oferece lugar pra dormir e comer
Amigo que é amigo não puxa tapete
oferece pra gente o melhor que tem
e o que nem tem
quando não tem,finge que tem,
faz o que pode
e o seu coração reparte que nem pão.


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terça-feira, 2 de março de 2010

Mais leveza em sua vida


- Carregue um violão, e não uma cruz -


"Há coisas lindas para carregar:
você pode carregar um violão.
E, se gosta de coisas muito pesadas,
pode carregar coisas muito pesadas — um velho piano —,
mas algo lindo, algo digno de um homem inteligente,
não uma cruz".

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OSHO

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